segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Uniforme - Judô



JUDOGUI
Judogi é o nome do uniforme usado na prática do judô. Jigoro Kano criou o judogui do kimono japonês tradicional que se usava na virada do século XX, tornando-o assim o primeiro uniforme para artes marciais.
Com o tempo o comprimento da calça e das mangas aumentaram, o algodão cru ganhou uma coloração branca e criou-se o azul para competições

Um judogi é formado por três estilos de tecido diferentes. Um mais forte usado no uwagi (jaqueta), um mais leve no shitabaki (calça) e algodão no obi (faixa). Em geral é feito de algodão, mas é possível encontrar com outros elementos mais resistentes como é o caso do rip-stop.

 

Seguem as regras sobre o uso do judogi ditadas pela IFJ:

Os competidores usarão um Judogi obedecendo às seguintes condições:

A) Robusto e feito de algodão ou outro material semelhante, em boas condições (sem remendos nem rasgões). O material não deve ser grosso, duro ou escorregadio de forma a evitar que o oponente faça a pega.

B) De cor azul para o primeiro competidor e branco, ou quase branco, para o segundo competidor. (Ver Apêndice).

C) Marcas permitidas:

1. Abreviaturas Olímpicas Nacionais (nas costas do casaco)
Tamanho das letras – 11 cm.
2. Emblema Nacional (no peitoral esquerdo do casaco). Tamanho máximo 100 cm2 .
3. Marca registada do fabricante (na extremidade inferior da frente do casaco e na extremidade inferior da perna esquerda das calças e numa das
extremidades da faixa). Tamanho máximo 20 cm 2 .

É permitida a colocação da marca registada do fabricante numa das mangas, mas dentro da área de 25cm x 5cm, em substituição da extremidade inferior da frente do casaco. Os fornecedores oficiais da FIJ estão autorizados a colocar o logótipo da FIJ acima da sua marca registada (exatamente ao lado).

4. Marcas nos ombros (desde a gola – ao longo dos ombros, pelo braço abaixo – em ambos os lados do casaco). Comprimento máximo 25 cm e largura máxima 5 cm.(Com a mesma publicidade ou cores nacionais em ambos os lados).

5. Publicidade nas mangas, 10 cm x 10 cm em cada uma (é permitida publicidade diferente). Estes 100 cm2 devem ser colocados mesmo abaixo e em contacto com as listas de 25 cm x 5 cm.

6. Indicação da classificação (1º, 2º ou 3º) nos Jogos Olímpicos ou nos
Campeonato do Mundo, numa área de 6 cm x 10 cm na extremidade inferior esquerda da frente do casaco.

7. O nome do competidor pode ser usado na faixa, na parte frontal inferior do casaco e na parte frontal superior das calças e medirá no máximo 3cm x 10cm.
Também pode ser colocado (impresso ou bordado) o nome do competidor ou abreviatura, nas costas do casaco, por cima da abreviatura olímpica nacional, mas de forma alguma numa posição que evite que o oponente agarre a parte de trás do casaco. O tamanho das letras poderá ser no máximo de 7cm de altura o comprimento do nome poderá ter no máximo 30 cm. Esta área retângular de 7 cm x 30 cm deverá estar localizada 3 cm abaixo da gola do casaco e o dorsal deverá ser fixado 4 cm abaixo desta área.
Nota: Em eventos da FIJ e Jogos Olímpicos os nomes vêm impressos nos
dorsais que medem 30 cm x 40 cm.

D) O casaco deve ser suficientemente comprido de forma a cobrir as coxas e deverá no mínimo atingir os pulsos, quando os braços estão estendidos ao lado do corpo. O corpo do casaco deve ser usado com a parte esquerda por cima da direita e deve ser suficientemente amplo de forma que se sobreponha a 20cm do nível da base do tórax. As mangas do casaco poderão atingir no máximo a articulação do pulso e no

mínimo 5cm acima da mesma articulação. Deverá existir um espaço de 10cm a 15cm entre as mangas e o braço (incluindo ligaduras), em todo o comprimento da manga.
A lapela e a gola devem ter no máximo 1 cm de espessura e 5 cm de largura.

E)
As calças, sem quaisquer marcas, exceto o descrito em C3 e C7 devem ter comprimento suficiente para cobrir as pernas e deverão no máximo, atingir a articulação do tornozelo e no mínimo 5cm acima da mesma articulação. Deverá existir um espaço de 10cm a 15cm entre a perna e a calça (incluindo ligaduras) em todo o comprimento da perna da calça.

F) Uma faixa forte, de 4cm a 5cm de largura, cuja cor corresponde à graduação, deverá ser utilizado por cima do casaco dando duas voltas à cintura e atado com um nó direito com a primeira volta dentro do nó, apertado de modo a impedir que o casaco fique demasiado solto e suficientemente comprido de forma a deixar 20cm a 30cm de cada lado do nó, depois de atado.

G) As competidoras deverão usar sob o casaco:

1. Uma t-shirt branca simples ou quase branca, com mangas curtas, resistente,
suficientemente comprida para ser usada por dentro das calças, ou:
2. Um maiô branco ou quase branco com mangas curtas.

Apêndice Artigo 3 – Uniforme de Judo (Judogi)


Se o Judogi de um competidor não estiver de acordo com o estipulado neste artigo, o árbitro deverá ordenar ao atleta que o troque, o mais rapidamente possível, por um Judogi que satisfaça o estipulado no artigo.
O Judogi suplementar do competidor deve ser levado pelos treinadores para a sua cadeira, que se encontra junto da área de competição.
Para verificar se as mangas do casaco dos competidores respeitam o comprimento requerido, o árbitro fará com que o atleta levante ambos os braços, completamente estendidos para a frente, à altura dos ombros, enquanto efetua o controle.

b) A cor oficial do Judogi azul, situa-se entre os pantones nº 18-4051 e nº 18-4039, na escala pantone TP e entre os nº 285 ou 286 na escala de Pantone impresso.




Ilustração que ensina como amarrar o obi (faixa).



O Uniforme - Taekwondo

DOBOK
(Uniforme de treinamento) 


DETERMINAÇÃO OFICIAL MUNDIAL DA KUKKIWON


DOBOK gola branca para graduados do 10º gud (faixa branca) até 1º gub (faixa vermelha ponta preta), o modelo com gola preta de graduados do 1º dan até o 10º dan, (modelo PADRÃO E OFICIAL), contudo há associações que podem liberar o dobok gola preta a parir de uma certa graduação, mas em realizações de eventos como: competições, exames será obrigatório o modelo de sua graduação.



DOBOK, obrigatório para faixas pretas com menos de 15 anos (1º a 4º POOM), modelo oficial.



DOBOK quadriculado branco, para graduados a partir do 2º ao 3º dan, permitido no âmbito da associação em exames de faixa, apresentações nas aca competições, cursos, seminário deverá ser usado o modelo oficial gola preta.


DOBOK, modelo todo preto, usado por faixas preta no âmbito das academias, apresentações e exames de faixa.




DOBOK podem ser utilizados por alunos do 10º ao 1º gub e por faixas pretas no âmbito das academias, em demonstrações, exames e competições dobok modelo oficial.


DOBOK, modelo para mestres a partir do 4º dan, pode ser usado em exames, na academia e demonstrações em eventos oficias deverá ser usado o modelo padrão,(seminário, competições, cursos etc..)

COMO DOBRAR O DOBOK 

Um pouco de Filosofia - Taekwondo

A Filosofia do Taekwondo
 

O Taekwondo é das artes marciais mais apreciadas do mundo e, também, um dos poucos desportos de luta a ser uma modalidade olímpica – apenas judo, boxe e luta livre gozam igualmente desse estatuto. Juntando a isto o facto de ser um desporto nacional e a arte marcial mais praticada no mundo, depressa nos apercebemos de que estamos perante um fenómeno, com uma popularidade crescente a cada dia que passa.

Mas sendo o Taekwondo uma arte marcial que, visualmente, é semelhante a outras, o que a distingue então das outras, e sobretudo, o que explica esta enorme popularidade? Para encontrar a resposta a esta questão, temos que começar por compreender o que é, afinal, o Taekwondo.

Os mestres desta arte marcial começaram sempre por dizer que o Taekwondo é, sobretudo, uma forma de vida. Muito mais do que a sua componente prática, o Taekwondo incorpora uma filosofia e uma maneira de ser e estar perante o quotidiano e as dificuldades com que nos deparamos diariamente. Um dos conceitos chave é o Hongik-Ingan, que significa “bem-estar de toda a humanidade”. É nessa ideia que se baseia a filosofia desta arte marcial: transformada em objectivo, os praticantes procuram atingi-lo através da união espiritual da tríade “corpo-mente-vida”.

No sentido mais prático, o Taekwondo é um instrumento de defesa e resposta perante “ataques”, não apenas físicos, mas também simbólicos – as dificuldades e adversidades que o quotidiano nos coloca. O termo é composto pelas palavras “Tae”, “Kwon” e “Do”, cada uma delas com vários significados, semelhantes entre si, mas que permitirão uma interpretação mais lata do conceito. “Tae” pode significar “pernas”, “pés” ou mesmo “pisar” (ou “manter-se em”); “kwon” pode ser interpretado como “punho” ou “lutar”; e “do” entende-se como “caminho” ou “disciplina”.

A interpretação mais comum traduz o conceito como “disciplina de pés e punhos”, mas percebemos assim que Taekwondo poderá ter um significado bastante mais profundo, em vez de remeter directamente para o sentido do confronto físico.

A filosofia do Taekwondo é, em grande parte, baseada nas tradições ancestrais do povo coreano, o Han, que ao longo dos séculos foram servindo de base a toda a cultura nacional e assumem ainda hoje um papel vital na identidade nacional.

Em parte, isto reflecte-se no Poomsae, que consiste em diversos movimentos coreografados e pré-definidos, através do qual é exercitado não só o físico, mas sobretudo a mente e o espírito. Assemelha-se, visualmente, a um combate contra um adversário imaginário (ou vários), mas a sua razão de ser prende-se mais com motivações espirituais do que de treino de combate efectivo – ainda que seja essa a sua aplicação prática.

No total são perto de duas dezenas de movimentos que exprimem, pela harmonia dos golpes ensaiados, elementos culturais, históricos, espirituais e religiosos dos Han.

É o caso por exemplo do Keumgang, cujo termo significa “diamante” e é o nome da mais bela montanha coreana e do símbolo do guerreiro supremo (nomeado por Buda): estePoomsae representa a dureza aliada à beleza, através de movimentos e golpes poderosos.Koryo é uma Poomsae baseada na dinastia coreana com o mesmo nome, que derrotou os invasores da Mongólia, e cujo legado é transposto para esta coreografia que representa, desta forma, a força e o espírito dos antepassados vitoriosos.
 
As Poomsae encontram-se hierarquizadas, com crescentes graus de dificuldade, acompanhando o grau de perícia do praticante: os oito primeiros Poomsae iniciais são osTaegeuk, fortemente inspirados em elementos naturais e religiosos, e o mais avançado é Ilyo, que incorpora a expressão máxima das artes marciais, o nível supremo de concentração e abstracção do mundo exterior.

Pode observar neste endereço uma apresentação (com vídeo) de cada um dos váriosPoomsaes, assim como a descrição da sequência de movimentos de cada um.
 
Os Poomsaes são assim a expressão física e prática da filosofia do Taekwondo, e têm uma importância tal que são organizados com regularidade várias competições que avaliam a sua correcta elaboração. Tendo isto em conta é fácil perceber que o Taekwondo é muito mais do que a luta, sendo essa apenas a ponta de um iceberg imenso e profundo, que espelha na forma da arte marcial a cultura milenar coreana. Talvez por isso seja o desporto nacional desse povo.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Um pouco de Filosofia - Judo


Princípios Filosóficos do Judô
A aquisição daquelas qualidades citadas anteriormente, tem como alicerce os três princípios filosóficos definidos por Jigoro kano que, como ditado por ele mesmo evidenciam a principal diferença entre o JUDÔ KODOKAN e o antigo Jujitsu : " o Judô pode ser resumido como a elevação de urna simples técnica a um principio de viver" (Jitsu = técnica; Do = princípio).



Esses princípios, mesmo não sendo conscientemente esclarecidos e compreendidos, estão presentes em todos os atos e atividades do praticante de judô. Por outro lado, quando o praticante tiver fixado e tomar consciência dos princípios que norteiam o judô, pode-se verificar que não são restritos ao Dojô, mas são igualmente válidos em qualquer atividade da vida diária, quando se pretende atingir um determinado objetivo.
Os três princípios do judô são :

JU = suavidade
SEIRYOKU-ZEN-YO = máxima eficiência com mínimo esforço
JITA-KYOEI = bem estar e benefícios mútuos

O princípio da máxima eficiência é aplicado à elevação ou à perfeição do espírito e do corpo na ciência do ataque e da defesa, exige primeiramente ordem e harmonia de todos os membros de uma coletividade e isto pode ser atingido com o auxílio e as concessões entre si para atingir a prosperidade e os benefícios mútuos.

O espírito final do judô, por conseguinte, é de incutir no íntimo do homem o respeito pelos princípios da máxima eficiência, da prosperidade e benefícios mútuos e da suavidade, para poder atingir, individualmente e coletivamente seus estados mais elevados e ao mesmo tempo mais desenvolvidos na arte de ataque e defesa.

O professor Kano afirma o seguinte: "Ainda que eu considere o Judô dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos pode ser vista como sua finalidade última e a máxima eficiência como meio para atingir esse fim. Essas doutrinas são aplicáveis a todas as condutas do ser humano".

Fonte: www.fpj.com.br

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A Graduação - Taekwondo

A Graduação no Taekwondo
               
             Todas as faixas ou graus são obtidos através de exames técnicos onde serão avaliados por um mestre da Federação Estadual na qual pertence o aluno. Marcado com antecedência, ocorre aproximadamente de 2 à 3 vezes ao ano. Quem determina se o aluno está preparado ou não para fazer o exame de faixa, e se já tem o tempo exato de faixa (experiência) é o professor, que a partir disto, terá o direito de fazê-lo ou não, caso não queira.

               Atualmente, a matéria básica exigida para os exames são: Posição de mão, chutes, poomses (Kichos, Taeguks e Palgwes), defesa pessoal contra alguns ataques de mãos vazias e contra armas, teoria, luta, ilboderion (luta combinada), quebramento de madeira e conhecimentos gerais.

               Obs.: A matéria de uma faixa é respectiva a sua graduação mais toda a matéria das faixas anteriores. Quanto maior for a graduação maior será o conteúdo à se apresentar nos exames de faixas

               No Taekwondo a graduação segue uma hierarquia que é representada por faixas, que simbolizam o ciclo de aprendizagem do aluno. É dividida em 10 estágios (faixa branca e coloridas) e 10 dans (faixa preta).










A Graduação - Judô

A Graduação no Judô

       O Judô, assim como a grande maioria das artes marciais modernas, utiliza-se de um sistema de faixas coloridas para determinar a graduação de seus alunos. Esse sistema de graduação, utilizados pelas artes marciais em todo o mundo, foi originalmente criado por Jigoro Kano, o fundador do Judô, sendo depois aperfeiçoado com o passar do tempo.

       Antes da implantação do sistema de faixas coloridas nas artes marciais, nas antigas escolas de jujutsu(koryu), os alunos eram normalmente graduados através de certificados escritos por seus professores garantindo que eles possuiam um certo nível de aprendizado. Entretando, cada escola possuia sua própria forma de nivelar seus alunos, e isso era, para Jigoro Kano, uma desvantagem.

      Sistema de faixas coloridas do Judô - No Brasil, a faixa cinza é apenas para as crianças

      Assim, em 1883, o Sensei Jigoro Kano fez sua primeira divisão em seus alunos, dividindo-os em Mudansha (não-graduado) e Yodansha (graduado). Osmudanshas tem sua graduação divididas em Kyus (nível de habilidade). Osyodanshas tem sua graduação dividida em Dans (grau). O sistema de faixa colorida para os diversos kyus foi criado posteriormente na Europa, e daí exportado para o restante do mundo e das artes marciais, pois inicialmente, no Japão, a faixa branca era utilizada por todos os níveis de kyus, sendo que algumas escolas utilizavam a faixa marrom para os kyus mais elevados, e a preta para os yodanshas.

      Veja abaixo a graduação do Judô utilizada no Brasil para os mudanshas:

Zero Kyu (mukyu) – Faixa Branca

7º Kyu (nanakyu ou shichikyu) – Faixa Cinza – Somente para crianças

6º Kyu (rokkyu) – Faixa Azul

5º Kyu (gokyu) – Faixa Amarela
4º Kyu (yonkyu ou shikyu) – Faixa Laranja
3º Kyu (sankyu) – Faixa Verde
2º Kyu (nikyu) – Faixa Roxa
1º Kyu (ikkyu) – Faixa Marrom

 
        Após a faixa marrom, o praticante se torna um graduado, um yodansha, ganhando a faixa preta e o primeiro grau, se tornando um Shodan (portador do primeiro grau). A graduação em dans se dá da seguinte maneira:
1º dan (shodan ou ichidan) – Faixa Preta

2º dan (nidan) – Faixa Preta
3º dan (sandan) – Faixa Preta
4º dan (yodan) – Faixa Preta
5º dan (godan) – Faixa Preta
6º dan (rokudan) – Faixa Coral (vermelha e branca)
7º dan (nanadan) – Faixa Coral (vermelha e branca)
8º dan (hachidan) – Faixa Coral (vermelha e branca)
9º dan (kyudan) – Faixa Vermelha
10º dan (judan) – Faixa Vermelha


 

          O único a possuir o mais alto grau, o décimo dan no Judô, é o Sensei Jigoro Kano. Conta-se que Jigoro Kano defendia que aquele que conseguisse um grau mais elevado ao décimo dan, retornaria à faixa branca, terminando assim o ciclo completo do Judô.

         Abaixo, mais algumas terminologias que utilizamos no Judô (e também em outras artes marciais japonesas, talvez com alguma variação de significado):
Kohai - O aluno menos graduado que você.
Sempai - O aluno mais graduado que você.
Sensei - O professor, que deve ser obrigatoriamente um Yodansha.
Shihan - No Judô, o único com o título de Shihan é Jigoro Kano, por ser o criador e representante do Judô.

Um pouco de história - Judô






A História do Judô


           O JUDÔ teve sua origem quando o Professor Jigoro Kano procurou sistematizar as técnicas de uma arte marcial japonesa, conhecida como "Jujitsu" e fundamentar sua prática em princípios filosóficos bem definidos, a fim de torná-la um meio eficaz para o aprimoramento do físico, do intelecto e do caráter, num processo de aperfeiçoamento do ser humano.
Nesse contexto, invariavelmente surge a questão: Porque chamar de judô ao invés de Jujitsu como já era conhecida a arte marcial?
Para poder entender a razão e a dimensão pretendida por essa mudança, deve-se buscar a interpretação no processo histórico que envolve o cultivo do "Budo " nas antigas formas de artes marciais do Japão. Segundo T.Watariabe (1967): "Budo é uma palavra característica do povo japonês e sua origem se encontra nas formas de auto-proteção que permitiram a sobrevivência dos indivíduos e a perpetuação da espécie humana através do tempo".
Essas formas de auto-proteção, que constituíram as artes marciais, nasceram da qualidade de vida que o povo japonês impôs a si próprio, diante da necessidade que tinham de se defender. Daí, então, surgiram os indivíduos com grande habilidade e treinamento nas artes marciais, formando uma casta de guerreiros conhecidos como "samurais", a serviço dos senhores feudais.
Durante o período medieval japonês, do século XIV ao XVIII, aproximadamente, as artes marciais tiveram grande importância por seu uso militarista, apresentando evidente progresso técnico, destacando-se os grandes talentos em todas as formas de luta pela preservação da vida, utilizando-se de armas como sabres, lanças e outros instrumentos, bem com métodos de combates com as mãos nuas. Ao mesmo tempo em que aprimorava o físico para adquirir destreza na arte marcial, o "samurai" desenvolvia formas de dominar seus próprios impulsos e controlar sua vontade, em alto grau, para poder enfrentar as adversidades corajosamente "até a morte". Essa filosofia de vida era a alma das artes marciais e entendiam, os samurais, que ela só poderia ser atingida através de árduo treinamento para desenvolver o espírito de luta - "Budo" - através da busca da serenidade, da simplicidade e do fortalecimento do caráter, qualidades próprias da doutrina ZEN. Um código de honra, ética e moral, o "Bushido", conhecido como via do guerreiro, foi elaborado com forte influência do Budismo, alicerçando-se na preservação do caráter máximo, tal como honra, determinação, integridade, espírito de fé, imparcialidade, lealdade e obediência; preconizando uma forma de viver pela conduta de cavalheirismo, respeito, bondade, desprezo pela dor e sofrimento.
Como uma das formas de arte marcial surgiu o Jujitsu, luta corporal sem uso de armas, não se tendo porém, registro preciso de sua origem. Algumas citações encontradas no "Nihon Shoki", que é uma crônica antiga do Japão, fazem referência ao início do Sumô que teria alguma relação com o Jujitsu naqueles tempos. Houve, então, evolução desses dois tipos de lutas corporais, em que o Sumô estabeleceu-se à base do uso da força e do peso, sendo orientado no sentido do espetáculo e o Jujitsu na base da habilidade, da astúcia e da ética, foi consagrado como combate real.
A prática do Jujitsu levou à criação de inúmeras escolas, cujas características eram a especialização dos professores em determinadas técnicas, adotando estilos próprios e secretos, cujos princípios de ensinamento se apoiavam no conhecido axioma empregado pelos "samurais". "Na suavidade está a força"( Ju = suavidade; Jitsu = arte ou prática). Dentre essas escolas, duas delas foram especialmente estudadas pelo Professor Jigoro Kano, "Kito-Ruy"e "Tenshinshinyo-Ryu".
A abertura dos portos japoneses em 1865, provocou intensas transformações do ponto de vista político-social, marcando a era "Meiji", quando foi abolido o sistema feudal, com rejeição da cultura e das instituições antiquadas, introduzindo-se os conhecimentos dos países ocidentais, ocorrendo acentuado declínio das artes marciais, em completo desuso no país. O Jujitsu não foi exceção, pois as escolas ficaram privadas das subvenções dos clãs e, ainda a modernização das forças armadas levou essa arte marcial a ser considerada parte do passado e em total decadência.
Jigoro Kano, um jovem de físico franzino, graduado em filosofia pela Universidade Imperial de Tóquio, tendo conhecimento do Jujitsu, observou que suas técnicas poderiam ter valor educativo na preparação dos jovens, no sentido de oferecer ao indivíduo oportunidade de aprimoramento do seu autodomínio para superar a própria limitação. Assim, passou a ter como meta transformar aquela tradicional arte marcial num esporte que pudesse trazer benefícios para o homem, ao invés de utilizá-la como arma de defesa pessoal simplesmente.
Aprofundou seus estudos, pesquisando e analisando as técnicas conhecidas; o Professor Kano organizou-as de forma a constituir um sistema adequado aos métodos educacionais, como uma disciplina de educação Física, evitando as ações que pudessem ser lesivas ou prejudiciais à sua prática por qualquer leigo. Com esse intuito, em 1882 fundou sua própria escola e, para distinguir, de maneira evidente, das formas que identificavam o antigo Jujitsu, denominou de JUDÔ KODOKAN, destinada à formação e preparação integral do homem através das atividades físicas de luta corporal e do aperfeiçoamento moral, sustentada pelos princípios filosóficos e exaltação do caráter, que era a essência do espírito marcial dos samurais, o "Budo".
Jigoro kano transformou a arte marcial do antigo Jujitsu no "caminho da suavidade" em que através do treinamento dos métodos de ataque e defesa pode–se adquirir qualidades mais favoráveis à vida do homem, sob três aspectos: condicionamento físico, espírito de luta e atitude moral autêntica.
A primeira qualidade, condições físicas, é obtida pela prática do esporte que exige esforço físico extenuante, de forma ordenada e metódica para proporcionar um corpo forte e saudável. Pois todas as funções corporais tornam-se melhor adaptadas pela atividade que promove aumento de força muscular geral, da resistência, da coordenação, da agilidade e do equilíbrio. Devido ao treinamento rigoroso, também, o indivíduo tende a tomar mais cuidado com a sua saúde, prevenindo doenças e condicionando a reagir reflexivamente para evitar acidentes.
A segunda qualidade, espírito de luta, significa que pela prática das técnicas do Judô e pela incorporação dos princípios filosóficos durante os treinamentos, o indivíduo se torna mentalmente, condicionado a proteger seu próprio corpo em circunstâncias difíceis, defendendo-se quando ameaçado perigosamente. Com o treinamento, adquire autoconfiança e autocontrole, não para fugir do perigo, mas para adotar medidas e iniciativas em qualquer situação. Em outras palavras, o Judô é uma arte para a auto-proteção total.
Por último, a atitude moral autêntica é concebida através do rigor do treinamento, que induz a humildade social, a perseverança, a tolerância, a cooperação, a generosidade, o respeito, a coragem, a compostura e a cortesia. As experiências obtidas durante o treinamento, por tentativa e erro e pela aplicação das regras de luta, impõem mudanças de atitudes, elevando o poder mental da imaginação, redobrando a atenção e a observação e firmando a determinação. Quando falhas do conhecimento social e de moralidade constituem-se em problemas, um método de ensinar a cortesia entre as pessoas e melhorar a atitude social torna-se importante e, por isso, o Judô, desempenha papel relevante nesse contexto, como instrumento de formar e lapidar os verdadeiros caracteres morais do ser humano.



Podemos resumir uma linha de tempo sobre Jigoro Kano como segue:

18/10/1860 - Data de nascimento
1877 - Ingressa na Universidade Imperial de Tóquio Torna-se aluno do Mestre Fukuda (Jujitsu)
1878 - Funda o primeiro clube de basebol do Japão
1881 - Licenciado em letras Torna-se aluno da escola de Kito (Jujitsu),
1882 - Forma-se em Ciências Estéticas e Morais Em fevereiro, funda a sua Escola da qual deu o nome Judô Kodokan
        - Em agosto é nomeado professor no Colégio dos Nobres
1884 - Nomeado adido do Palácio Imperial
1886 - Nomeado vice-presidente do Colégio dos Nobres
1889 - Viaja à Europa como Adido da Casa Imperial
1899 - Torna-se Presidente do Butokukai (Centro de estudo de artes militares)
1907 - Elabora os três primeiros Katas de Judô
1909 - Torna-se membro do Comitê Olímpico Internacional, como primeiro representante do Japão
1911 - Eleito presidente da Federação Desportiva do Japão
1922 - Passa a Ter assento na Câmara Alta do Parlamento Japonês
1924 - Nomeado Professor Honorário da Escola Normal Superior de Tóquio
1928 - Participa da Assembléia Geral dos Jogos Olímpicos de Amsterdã
04/05/1938 - Morre a bordo do navio que transportava ao Cairo onde se realizava a Assembléia geral do Comitê Internacional dos Jogos Olímpicos.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Um pouco da história - Taekwondo



A história do Taekwondo 
          

       De acordo com a World Taekwondo Federation ( http://www.wtf.org ), podemos dividir o desenvolvimento histórico do Taekwondo em 4 épocas diferentes:

- Antiguidade;
- Idade Média;
- Período Moderno;
- Atualidade.

       Para podermos abranger de modo didático, estaremos obedecendo esta divisão, procurando segmentar os tópicos para melhor entendimento.

ANTIGUIDADE: o princípio

        As artes marciais tiveram grande impulso no Oriente, e cada país tem sua história vinculada ao desenvolvimento destas artes.
Há cerca de 1.800 anos, a Coréia era dividida em três reinos:
Koguryo, localizado ao Norte era o maior deles e possuía uma aliança com a China;
Paek-Je, localizado à Sudoeste era o polo de desenvolvimento intelectual da época;
Silla, localizado à Sudeste, transformou-se no berço das artes marciais coreanas.
O reino de Koguryo foi fundado em 37 a.C. e perdurou até o ano de 668 d.C. quando tornou-se parte do reino de Silla. As artes plásticas tinham grande valor neste reino, e na região onde estava localizado podemos encontrar afrescos, baixo-relevos e estátuas que mostram muito bem a riqueza de seu auge. Sua aliança com a China proporcionava grande vantagem para seu exército, e foi justamente por considerar-se mais poderoso que os outros dois reinos, acabou desprezando as artes intelectuais e sucumbiu ao reino de Silla.
          O reino de Paek-Je foi fundado entre os anos 15 e 20 a.C., existiu até ser conquistado pelo reino deSilla. Nunca chegou a ser uma potência militar e quando de sua conquista, a cultura deste reino foi praticamente exterminada.
Sendo o menor dos reinos, Silla foi fundado em 57 a.C. perdurando até 935 d.C., quando já dominava toda a Coréia e transformou-se no reino Koryo, de onde provém seu atual nome. Seu fundador foi o príncipe Pak Hio Ko Se, estabelecendo a capital em Kyongyu, sofreu correntemente invasões por parte da China, Koguryo, Paek-Je e Japão sendo este o real motivo para o desenvolvimento de seu exército à partir do ano 37 d.C., quando o rei Ching Hung convocou todos e nobres patriotas do país para formar uma sociedade secreta e de porte militarista que à maneira de uma academia formaria os eventuais chefes de guerra. Mais tarde este grupo seria conhecido como Hwa Ran Do "Irmão Maior". Cultos, atléticos, inteligentes e de formação estratégica, este grupo era patriótico e destemido, tendo forjado o espírito e o corpo para defender e unificar seu país, alcançando o máximo de poder nos meados do século VIII. Seu treinamento físico era árduo e muito mais rígido o código de honra cujos cinco princípios deram origem a sua filosofia, criados pelo monge Wong Wang:

1-Lealdade ao Rei
2-Fé para com os amigos
3-Devoção a família
4-Valentia e obediência absoluta em batalha
5-Não tirar qualquer vida sem imperiosa necessidade

           Sob o comando do General Kim Yum Shim, finalmente foram unificados os três reinos sob a bandeira de Silla, 668 d.C., sendo que entre 634 e 653 d.C. foram estreitados os laços com a China, trazendo assim cultura militar tática.
           Ao final do século VIII porém, o reino de Silla estava decadente e muitos dos chefes de guerra do Hwa Ran Do estavam por fim abandonando seus princípios e transformando-se numa elite parecida com a que dominava os reinos conquistados anteriormente. O estopim para isto se deu com o assassinato do rei Wongtao no ano de 780 d.C., e com ele vieram intrigas e jogos de poder. Em 892 d.C., um nobre chamado Kio Wing formou o reino independente chamado Paek-Je, e em 901 d.C. Kun Gye, filho bastardo do rei assassinado, fundou o reino de Koguryo, ou seja, voltaram a surgir os três reinos. Entretanto, foi à partir deste último que surgiu o reino de Koryo, e onde começa a Idade Média da Coréia.

IDADE MÉDIA: transformações de um país

               Neste período, a arte marcial Taekyon ganhou impulso, e teve desenvolvimento expressivo, tornando-se um dos quisitos para ingressar na vida militar do período. No ano de 918 d.C. o General Wang Kong sucedeu a Kun Gye no trono de Koguryo e deu ao reino o nome de Koryo, passando a fortalecê-lo belicamente até que no ano de 935 d.C. tomou por completo o Reino de Silla e fundou a dinastia Koryo, que perdurou até 1.392, quando assumiram o poder osYi. Foi no princípio da dinastia Yi que um monge chamado Mioch Ong, cuja filosofia religiosa mesclava confucionismo e budismo, sendo líder militar permitiu o desenvolvimento das artes marciais. Foi ele também quem incentivou o desenvolvimento da esgrima na Coréia, pois esta ainda não havia atingido o nível dos paises vizinhos.
             Apesar disso, a elite intelectual dominouo o governo, substituindo as lideranças militares por civis, decretando assim a decadência do período Yi que findou em 1910 com a invasão japonesa, dando início ao Período Moderno.

PERÍODO MODERNO: o desenvolvimento em segredo

             Com a invasão japonesa, toda e qualquer manifestação cultural coreana foi sumariamente proibida, em especial as artes marciais, pois estas traziam de volta o espírito nacionalista do antigo Hwa Ran Do. Apesar disso, dois mestres de Taekyon, Song Do Ki e Han Ji Dong, procuraram manter viva a memória desta arte, treinando secretamente. Isto se deu até o final da 2ª Guerra Mundial em 1945, onde se findou o domínio japonês e o então tenente Choi Hong Hi recebeu a tarefa de divulgar o Taekyon. Este é p início do período presente.

ATUALIDADE: o Taekwondo ganha o mundo

        Já em 11 de abril de 1955, deu-se uma Assembléia sob o comando do já General Choi Hong Hi, onde reuniram-se instrutuores, historiadores e personalidades que unificaram os estilos de arte marcial da Coréia e criaram a Arte Marcial Nacional, com o nome de Taekwondo:

TAE: pé;
KWON: mão
DO: caminho

             Neste momento, as artes marciais japonesas estavam muito disseminadas e estes mestres tiveram muito trabalho para voltar a difundir o Taekwondo, tendo que adaptá-lo de defesa pessoal para esporte de contato, mas ainda mantendo as características de arte marcial. Tanto é verdade que as Forças Armadas Coreanas os tinham como treinamento e foi utilizado na Guerra da Coréia (1949-1955).
No ano de 1964 foi realizada a primeira competição de Taekwondo e no ano seguinte (1965) foi fundada a KTA (Korean Taekwondo Association), o primeiro órgão a regulamentar o Taekwondo no mundo, e em 1967 o General Choi Hong Hi comandou a fundação da ITF (International Taekwondo Federation), órgão que formou turmas de mestres instrutores internacionais e enviou-os para várias partes do mundo. Seu desenvolvimento se deu rapidamente, ao ponto de em 20 de março de 1971 ser proclamado como "Esporte Nacional Coreano". Entre os anos de 1972 e 1973, o General Choi foi exilado de seu país por motivos políticos e instala a sede da ITF em Toronto, Canadá. O então presidente da Coréia, Park Chung Hee convocou os especialistas em Taekwondo para uma assembléia e foi então criada a WTF (World Taekwondo Federation) com sede em Seul onde foi construído o Kukiwon, sob a presidência do Dr. Un Yon Kim, em 28 de maio de 1973. Ainda neste ano foi realizado o Primeiro Campeonato Mundial de Taekwondo em Seul, com participação de 22 equipes.
            No ano de 1978 foi realizado o 1º Campeonato de Taekwondo dos Estados Unidos, no ginásio de Harvard, que contou com a participação de 1200 atletas e a presença do então presidente Jimmy Carter. Ainda neste ano aconteceu o 3º Campeonato Asiático em Hong Kong, entre 8 e 10 de setembro; e no México foi realizado o 1º Campeonato Panamericano de Taekwondo entre os dias 17 a 22 deste mesmo mês.
             Em 1979 acontecia o 1º Campeonato Africano na Costa do Marfim, com a participação de sete países africanos, em Abijan. Em 17 de julho de 1980, o Comite Olímpico Internacional (COI) outorgou reconhecimento a WTF, e em 1984 o Taekwondo foi integrado como esporte oficial nos Jogos Asiáticos - na 3ª Assembléia Geral do Conselho Olímpico da Ásia. Já nas olímpiadas de Seul (1988) e Barcelona (1992) o Taekwondo participou como esporte de demonstração, tornando-se oficialmente esporte olímpico nas olímpiadas de Sidney (2000).
             Hoje o Taekwondo é praticado em 124 países, atingindo o expressivo número de 30 milhões de praticantes.

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